SMI: nova tecnologia torna ultrassonografia com doppler ainda mais eficiente

O físico austríaco Johann Christian Andreas Doppler provavelmente não imaginava o quanto revolucionaria a medicina quando, em 1852, descobriu que a frequência das ondas era alterada conforme a aproximação ou o afastamento entre o observador e a fonte sonora. Essa descoberta ficou conhecida como “efeito Doppler”, que com o avanço da ciência foi transformada em imagens e passou a ser utilizada na medicina, por meio da ultrassonografia com doppler.

A ultrassonografia para diagnóstico foi desenvolvida entre as décadas de 1940 e 1950, mas ainda era muito complexa – o paciente deveria ficar em uma banheira com água para que o aparelho pudesse localizar tumores e identificar o tamanho dos ventrículos cerebrais. Foi apenas no final dos anos 50 que o gel substituiu o “banho” e a ultrassonografia começou a parecer com  o que conhecemos hoje.

Atualmente a ultrassonografia com doppler viabiliza imagens dinâmicas da rede vascular e do fluxo sanguíneo. A técnica não tem efeitos colaterais e possui diversas aplicações, como a caracterização de vasos no interior de lesões, a avaliação da quantidade e padrão de vascularização no interior de órgãos, a avaliação de bem-estar fetal ou fatores de risco para Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, entre muitas outras.

Apesar de já ser um grande avanço, a ultrassonografia com doppler colorido tem algumas limitações técnicas, especialmente relacionadas a vasos de pequeno calibre e baixa velocidade de fluxo sanguíneo. Por isso, a Toshiba desenvolveu o SMI (Superb Micro-Vascular Imaging), que promete fazer da ultrassonografia com doppler uma aliada ainda mais importante no diagnóstico de diversas doenças.

Entenda o que é a tecnologia SMI na ultrassonografia com doppler:

A tecnologia SMI na ultrassonografia com doppler utiliza um algoritmo que permite a visualização de pequenos vasos ao remover artefato de movimento e manter alto frame rate com baixo PRF (baixa velocidade de fluxo sanguíneo). O SMI pode operar em dois modos: colorido (cSMI) e monocromático (mSMI).

Veja abaixo alguns casos de uso do SMI em pacientes adultos. As imagens foram extraídas em exames de ultrassom da universidade Thomas Jefferson (Filadélfia – EUA):

Caso 1: 

tireoide – nódulo folicular benigno
Vascularização interna e periférica

Caso 2:

tireoide – linfonodos reativos. As figuram mostram um linfonodo reativo com Color Doppler e Power Doppler:

 Caso 3:

paratireoide

Vascularização interna e periférica

Caso 4:

hemangioma hepático

Vascularização periférica com micro vascularização interna com pequenas ramificações detalhadas

As imagens mostraram que em todos os casos o SMI apresentou detalhes de vascularização que não puderam ser observados com o Color Doppler e o Power Doppler. Ainda estão sendo feitos testes para definir quais as melhores aplicações clínicas para o SMI, mas pode-se antecipar que para áreas como ginecologia (massas anexiais), obstetrícia (viabilidade placentária), tireoide, linfonodos, áreas abdominais – tais como transplantes renais – e pediatria a tecnologia terá grande importância.

Você tem dúvidas relacionadas à aplicação do SMI? Quer saber mais sobre a tecnologia? Então deixe seu comentário.

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